terça-feira, 23 de outubro de 2007

Uma experiência nova, novas aprendizagens...

Era dia da aula de Teatro. Pensei: puxa, vamos ter que encenar, inventar/apresentar alguma história... Não levo jeito pra isso, não consigo ser convincente quando dramatizo, não consigo deixar de ser eu e isso vira um problema. Começou a aula. O professor pediu que caminhássemos sem destino pela sala, depois pediu que aumentássemos a velocidade, abaixássemos, levantássemos, etc. Eu pensei comigo: O que isso tem a ver com teatro? Descobri que teatro é muito mais do que encenar um narrativa ou declamar um poema. Os professores propuseram inúmeras atividades (pareciam brincadeiras e eram muito divertidas) que trabalhavam diferentes habilidades, todas importantes e necessárias para o processo de dramatização. Eu me vi fazendo teatro sem saber...e adorei! Descobri também que fazia teatro com os alunos sem me dar por conta disso. Não sei quase nada, em termos teóricos, sobre teatro e, naquele dia, descobri que sabia menos ainda. Por isso, só posso dizer aqui das minhas impressões, sentimentos, a partir dessa rica vivência. Naquela aula, me senti feliz, solta, 'sem vergonha' (hehe).

O começo de tudo...

Durante a minha formação no curso de Pedagogia não tive nenhuma disciplina que tratasse de Educação a distância, pois isso era algo ainda muito novo e pouco utilizado; e também ninguém sabia ao certo se isso daria realmente certo. Assim que concluí o curso, vi algumas propostas de educação a distância se concretizarem, mas funcionavam basicamente com vídeo-conferências e apostilas. Antes do PEAD nunca tinha acompanhado de perto um trabalho dessa natureza, mas tinha muita curiosidade, principalmente, porque não acreditava muito nesta proposta. Confesso que entrei no PEAD um tanto desconfiada, mas aberta para as novas aprendizagens e, principalmente, aberta para repensar meus conceitos sobre educação. Hoje, ao ver este trabalho acontecendo e, principalmente, dando certo, percebo as mudanças teóricas que ocorreram em mim. Inicialmente, pensava que o trabalho do tutor limitava-se a questões administrativas, organizacionais, de registro; pensava também que o trabalho do aluno era muito solitário, já que o trabalho era baseado em vídeos, leituras e avaliações finais. Quando a coordenação do PEAD nos colocou que não haveria vídeos e apostilas, fiquei ainda mais curiosa. Como seria então este curso a distância??? Aos poucos, fui me familiarizando com a nova metodologia, aprendendo a utilizar diferentes ferramentas, a explorar os ambientes, etc., e percebi que o tutor podia e devia ser muito mais; que sua função mais importante era a pedagógica: a de acompanhar o aluno, auxiliá-lo, instigá-lo. E ainda: que ele poderia participar do processo de planejamento das atividades, sugerir mudanças, alterações. Aprendi que o aluno do curso a distância recebe um atendimento muito mais individualizado do que o aluno do curso presencial e isso faz com que as aprendizagens realmente aconteçam e sejam significativas. Além disso, cria-se uma rede de aprendizagens à medida que todos têm acesso ao que o outro produz (às suas reflexões, dúvidas) e à medida que todos se comunicam o tempo todo das mais diferentes formas: e-mail, msn. Não há nada de solitário neste trabalho, pelo contrário, a aprendizagem se enriquece pela multiplicidade de interações que o curso proporciona. Hoje penso a EAD de modo bastante diferente e passei a acreditar nessa proposta. Espero que o nosso curso de Especialização em Tutoria nos dê a possibilidade de conhecer ainda mais esse universo da EAD a partir de atividades que nos levem a reflexões teórico-práticas.